Se fosse alguns dias atrás, eu com certeza aceitaria o convite com entusiasmo e alegria. Mas agora, a imagem de Davi sendo socorrido não saía da minha cabeça. A simples ideia de, logo depois disso, estar flertando com outro homem me parecia vergonhosa, como se eu fosse uma mulher que não consegue passar um momento sem a atenção de um homem.
Hesitei por alguns segundos e acabei inventando uma desculpa:
— Hoje à noite acho que não vai dar. Vou jantar na casa da minha avó.
— Ah, entendi. Sem problemas. — Ele respondeu, com a mesma gentileza de sempre. — Podemos remarcar para outro dia.
— Combinado.
Depois de desligar, comecei a me odiar por dentro. Eu passei tanto tempo odiando Davi, sonhando com o dia em que estaria livre dele. Agora que finalmente consegui me divorciar, por que, de repente, me sinto tão estranha e até triste?
Será que foi por causa do jeito trágico como ele terminou? Será que meu coração mole começou a me trair?
Dei um tapa forte no meu próprio rosto direito e me repree