Segui o olhar dele e fixei a atenção onde ele indicava.
De fato, na lateral direita da testa, bem na linha do cabelo, havia uma cicatriz fina e clara. Era tão discreta que, se ele não tivesse apontado, eu jamais teria notado.
— Depois que me recuperei, soube que foi graças a alguém que chamou a polícia que conseguimos ser salvos. Então, fui até a delegacia no vilarejo para descobrir quem tinha feito a denúncia. Quando finalmente encontrei a sua casa, sua avó já tinha ido embora com você, e acabamos nos desencontrando.
Fiquei com os olhos arregalados, encarando Jean como se estivesse em um transe. Não sabia nem o que dizer. Nunca imaginei que minha história com ele pudesse remontar à infância. Era surreal!
— E… e a outra vez? — Perguntei com curiosidade crescente. Afinal, se nos desencontramos, como foi possível eu tê-lo ajudado novamente?
Jean assentiu levemente e continuou:
— A segunda vez foi no verão do ano seguinte. Eu estava nadando no rio com dois garotos do condomínio militar. E