Aurora Beatrice parecia mais feliz, embora ainda sentisse aquele ciúmes a correr lentamente por dentro.
O homem que a acompanhava como uma sombra, mantendo-se sempre a distância, podia sentir cada tentação do cheiro, da forma como ela o encava. Das torturas que todos aqueles dias tinham se tornado.
Ela andou em direção ao quarto e fez questão de deixar a porta do banheiro aberta quando ele a seguiu até o quarto, como o marido havia mandado que ele fizesse.
Tomas sentiu um súbito medo de que fosse flagrado se entrasse ali com ela, embora fosse a sua maior vontade. A esposa dormindo no quarto ao lado não o permitiu abandonar os escrúpulos o suficiente para fazer aquilo. Não enquanto ela cuidava tão bem de uma criança que nem mesmo era dela.
Toda vez que ele pensava que a menina era do Santorini, todo o seu ódio crescia. O amor parecia desaparecer ao afogar-se em um mar de magoas e ressentimentos que jamais poderiam ser superados. E ele sabia que aquela era só mais uma das maiores