Agarrei-me com ainda mais força à faixa de proteção, como se ela fosse a única coisa que ainda me matinha de pé.
— Não é possível — resmunguei. — Nunca segurei uma arma. Não sei atirar. Eu não saberia…
— Você agiu por instinto. Sei lá como esse tipo de situação afeta a cabeça das pessoas. Eu… sei que algo muito ruim teria acontecido a nós cinco naquele dia. Aqueles caras não estavam de brincadeira. Gaspar detestava cada um de nós por um motivo diferente; era um imbecil, um imbecil armado.
Eu começava a conceber a possibilidade. Na minha realidade, eu fugira. Leon acabara morto; Ariel, paraplégico; Gaspar, coxo. Mas nesse mundo…
— Por que fugiu de mim naquele dia? — perguntei, rapidamente, tomando cuidado para não subir o tom de voz. —