Parte Três: Post Mortem - XXII

Agarrei-me com ainda mais força à faixa de proteção, como se ela fosse a única coisa que ainda me matinha de pé.

— Não é possível — resmunguei. — Nunca segurei uma arma. Não sei atirar. Eu não saberia…

— Você agiu por instinto. Sei lá como esse tipo de situação afeta a cabeça das pessoas. Eu… sei que algo muito ruim teria acontecido a nós cinco naquele dia. Aqueles caras não estavam de brincadeira. Gaspar detestava cada um de nós por um motivo diferente; era um imbecil, um imbecil armado.

Eu começava a conceber a possibilidade. Na minha realidade, eu fugira. Leon acabara morto; Ariel, paraplégico; Gaspar, coxo. Mas nesse mundo…

— Por que fugiu de mim naquele dia? — perguntei, rapidamente, tomando cuidado para não subir o tom de voz. —

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