Voltei o celular ao ouvido.
— Henrique, chame a polícia! — gritei.
O homem partiu para cima de mim, puxou o telefone e o lançou para longe.
Soltei um berro, saltando para trás e chocando as costas contra a parede.
Estudei-o. O cabelo estava muito curto, a barba ainda crescia; tinha a faixa em torno do braço. Era idêntico a Dário. Mas não era ele.
Lembrei-me de que, mais cedo, ele se recusara a tomar a canja. Produto animal; o tipo de alimento que Dário normalmente comia, mas não o Dário daquela tarde.
— Você não é ele — acusei, juntando as informações. — Ela trouxe você para cá, não trouxe?
Leon ainda sorria. Também não era o Leon que me seguira pelo corredor de seu prédio apenas de toalha. Era outro. Da mesma maneira que vinha existindo, esse tempo todo, duas Nat