Parte Três: Post Mortem - XXIII

Tive o mesmo sonho de costume. Coloquei o pé para fora do carro, agora desligado. As chaves ainda nas minhas mãos. Olhei meu reflexo no vidro da porta. Eu parecia humana, os outros, não; eram sombras mais uma vez. Cada um fez o mesmo, abriu sua respectiva porta, saiu.

Os monstros esperavam. Não tinham rosto, mas eu sabia que sorriam. Agora que os faróis do carro estavam desligados, estavam envoltos em ainda mais escuridão. Vozes ecoavam ao redor de mim; eu não sabia se falavam comigo ou uns com os outros. Fechei os olhos por um breve momento.

“É um pesadelo”, pensei. “Literalmente um pesadelo. Não há do que ter medo.”

Do outro lado do Doblò, uma das silhuetas começou a andar na direção dos monstros; soluçava, isso eu conseguia identificar. O monstro no meio dos demais soltou um rugido ameaçador e, com sua garra, envolveu a silhu

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