Os olhares se cruzaram, mas Sombra continuou andando, e cada passo era como um prego sendo fincado no peito de Endi.
Assistiu o pai ajeitar a jaqueta como sempre fazia antes de uma luta. Lembrou de como ele o colocava sobre os ombros, corria atrás dele para forçá-lo a pentear os cabelos.
Por fora, ele permaneceu imóvel, os braços cruzados, os olhos frios, como sempre.
Mas por dentro, tudo parecia trincar. E em pensamento repetia o pedido que o coração gritava. “Para pai, eu te amo, para, por favor.”
Endi respirou fundo, mas o ar como se o cortasse por dentro.
— NÃO!
Sombra o encarou, mas continuou andando, os soldados pararam vários metros atrás, o único que ainda o seguiu mais alguns passos foi Ivan, apesar disso, tudo o que Fera enxergava era o homem que havia dado a vida pela sua filha.
Não era medo, mas vê-lo ali o fez parar.
— Pai. Eu dei uma ordem.
A frase saiu como se rasgasse sua garganta.
Sombra ouviu e a voz do filho o fez se lembrar do garotinho que implorava para que ele n