Tank estava quase dormindo, ou talvez o mais correto seria dizer desmaiando, o calor e a sede o faziam pensar que ser arremessado para os jacarés fosse melhor do que sentir o ferro fervendo corroendo a sua pele.
Ainda assim, mesmo com a dor e a agonia, às vezes, ele sorria.
Sorria quando se lembrava da felicidade de Dállia sempre que ganhava um vestido novo, de como ela ficou com os olhos arregalados o dia em que ele segurou seus pés e pintou as unhas, e principalmente como ela dizia que o amava com um sorriso imenso quando terminavam de fazer amor.
Era assim que estava, entre desejar a própria morte e se manter vivo em uma lembrança doce que Tank entendeu o significado do instinto de sobrevivência.
Sentiu o cabo de aço se mover, o rangido metálico, o corpo estremeceu inteiro antes de reagir.
Girou o corpo com toda a força que tinha, precisou de alguns impulsos até que se agarrou ao cabo de aço, uma tentativa que sabia ser inútil, ainda assim, tentou.
Não olhou para baixo, só pa