Não precisou esperar muito, o capo abriu a porta como uma tempestade, os olhos cheios de pânico.
Ele estava com medo, mas ela. Ela se encantou com a visão que teve.
Mel não sabia quando começou a amá-lo loucamente, mas sabia que era aquele homem descabelado, de bermuda larga, e chinelos de dedo por quem o coração batia mais forte.
Cresceram juntos, mas em uma curva do destino acabaram se afastando, passaram anos longe um do outro e quando Endi voltou, já não era mais o garoto das brincadeiras na cachoeira ou das partidas de futebol.
Era um advogado, um empresário, um assassino.
Algo nele havia se apagado, quase como se a ingenuidade tivesse sido substituída por uma dor silenciosa.
Mas agora, Mel só conseguia pensar no quanto queria mergulhar com ele na cachoeira, ou correr um do outro enquanto davam dribles ensaiados com a bola de futebol.
Os pensamentos de Mel foram interrompidos pelo marido, ele a segurou pelos ombros com os olhos transbordando um tipo de medo que pessoas comu