De canto de olho, encarei seus olhos negros, e por um momento, senti um leve desconforto.
Desviei o olhar e continuei andando.
— Não, eu só não quero que as pessoas comecem a falar demais.
— Ah… — Ele respondeu com uma única palavra, deixando-me sem entender ao certo o que ele queria dizer.
Também não perguntei mais nada. Nós dois já éramos adultos e sabíamos muito bem os limites. Além disso, ele não parecia ser do tipo que fala demais.
Seguimos em silêncio, o que deixou o ambiente um pouco constrangedor. No fim, fui eu quem quebrou o gelo de novo.
— Quanto tempo vai levar para ajustar essas luzes?
— Difícil dizer. — George respondeu.
Lembrei da promessa que havia feito a Sebastião:
— Vinte dias, tem que estar tudo pronto.
George me olhou, e eu imaginei que ele fosse dizer algo, mas tudo o que ouvi foi um breve "hum".
Ele tinha concordado?
Depois disso, não havia muito mais o que dizer. Claro, eu poderia perguntar sobre dona Malena, mas preferi não mencionar.
Se não fosse por ela, eu