—Tião também olhava pela janela do carro.
— Sim.
Apenas uma palavra. Mas uma confirmação.
Virei o rosto para ele.
— Se vocês já sabiam, por que montaram esse teatro todo?
A mandíbula dele ficou tensa. Mas ele não respondeu.
Na viatura policial, Renan entrou sem pressa.
Quando o carro passou por nós, ele levantou a mão e acenou exatamente na nossa direção.
Meu corpo ficou tenso.
Ele não podia me ver. O vidro do carro era escuro, impossível enxergar do lado de fora. Mas ele sabia. Ele sempre sabia de tudo.
Isso não era o fim. Era apenas o começo de algo ainda maior.
Um arrepio subiu pela minha espinha. As palavras de Renan ecoaram na minha mente:
— Isso tudo ainda tem um mentor por trás.
— Quem?
Dessa vez, fui eu quem perguntou primeiro.
Tião me olhou pelo retrovisor, ligeiramente surpreso com a minha pergunta repentina.
— O quê?
Eu fechei os lábios por um instante, sem saber como continuar.
Renan não tinha dito quem era.
Só fez questão de plantar a dúvida na minha cabeça.
E agora, aqui