O rosto de Sebastião ficou paralisado, e ele me olhou surpreso.
Logo depois, o olhar dele caiu sobre as nossas mãos, que estavam firmemente entrelaçadas, minha e de George.
Ele não disse nada, nem eu. Foi George quem quebrou o silêncio:
— Sebastião, bom dia.
Bom dia? O dia mal tinha amanhecido!
A voz de George pareceu trazer Sebastião de volta ao presente. Ele apertou o maxilar e fixou seu olhar em mim:
— Carol, preciso conversar com você.
Eu poderia ter recusado, mas não o fiz. Algumas coisas precisavam ser ditas, esclarecidas. Depois disso, nunca mais seria necessário voltar a esse assunto.
— George, sobe lá primeiro. Quero tomar um leite. — Falei com ele de um jeito casual, como se fosse apenas uma esposa comum.
George assentiu e puxou a gola do meu casaco para fechá-lo melhor.
— Está frio de manhã.
Ele entrou no elevador e subiu. Sebastião não se moveu imediatamente. Ficou olhando para os números do painel do elevador como se estivesse hipnotizado. Só quando o