— Compartilhar coisas íntimas eu não faço. — Luana achou que eu estava brincando.
Mas, com a expressão séria, perguntei:
— E aquele seu admirador, você já deixou claro que não está interessada?
— Claro, recusei na hora, sem rodeios.
— Mas ele não desistiu. Caso contrário, não ficaria te mandando flores e comida. Além disso... — Fiz uma pausa, medindo as palavras. — Ele estava te espionando.
O semblante de Luana ficou mais sério. Então, contei sobre o momento em que dei de cara com o homem na porta do consultório dela.
Lembrei-me de quando fui perseguida por um ex-pretendente e quase acabei em apuros. Por isso, falei com cuidado:
— Luana, você precisa tomar cuidado. Homens assim podem agir de maneiras inesperadas. Preste atenção quando sair ou chegar, e redobre a atenção ao dirigir.
Luana não respondeu imediatamente. Em vez disso, levantou-se da cadeira e saiu andando.
— Onde você vai? Você ouviu o que eu disse? — Perguntei, seguindo-a com os olhos pela tela do celular