Luana percebeu meus pensamentos.
— Para onde vamos? Eu te acompanho, ou...
— Vamos arrumar minha casa, — Eu interrompi Luana.
Ela me olhou surpresa.
— Você... isso... já estava preparada?
— Não exatamente, foi algo de anteontem, — Eu disse, apontando para o banco traseiro, onde estavam os itens de cama que eu tinha comprado.
— Comprei ontem com a Lídia. — Minhas palavras deixaram Luana surpresa e curiosa.
No caminho para minha casa, contei tudo para Luana, que assentiu furiosamente muitas vezes.
— Você fez bem em não pegar a certidão de casamento. Sebastião é um homem mau da nova época que não consegue ficar com só uma mulher.
— Homem mau é homem mau, não importa a época, — Eu brinquei.
Luana me olhou.
— Carolinha, se você está triste, não precisa fingir um sorriso na minha frente.
— Não estou tão triste assim, de verdade, — eu olhei para a estrada à frente. — Talvez meus sentimentos por ele sejam como os dele por mim, tão familiares que não sinto mais nada.
Era assim que eu me sentia,