Estélio era uma criança naturalmente reservada, e quando se tratava de estranhos, sua tendência ao silêncio se tornava ainda mais evidente.
Os outros meninos, chamados para acompanhá-lo, começaram a perder a paciência com sua falta de interação.
— Se nem consegue falar, pra quê aprender? Na verdade, acho que você devia ir para uma escola especial, feita pra gente como você! — Provocou um deles.
— É isso mesmo! — Outro menino respondeu de imediato, concordando com o primeiro.
Embora fossem crianças, a situação incomodava. Afinal, aquilo não fazia parte de suas rotinas normais. Esperavam ganhar um novo amigo, mas encontraram alguém que, aos olhos deles, parecia um mudo.
Estélio levantou o olhar. Calmamente, mas com firmeza, encarou os meninos e disse com a voz fria:
— Peçam desculpas.
Ele não era alguém de muitas palavras, mas certamente não era mudo. Acima de tudo, não era alguém que aceitaria ser desrespeitado.
Os garotos estavam prestes a responder com mais provocações, quando de repe