Elas não conseguiam esconder a preocupação com Bernardo. Ele, no entanto, parecia calma e as tranquilizou:
— Não precisam se preocupar comigo.
Esther o observou atentamente. Apesar da tragédia que assolou a aldeia, Bernardo parecia saber de tudo, mas não demonstrava nenhuma emoção a respeito.
Ele então olhou para ela, com uma expressão amigável.
— E aí, como tem sido para você? Já se acostumou com a vida aqui?
— Já me acostumei. — Respondeu Esther. — Me dou bem com todo mundo.
— Que bom. — Comentou ele, com os olhos brilhando brevemente antes de continuar. — Ouvi Luciana falar sobre o capitão Marcelo. Ele é do seu país, não é? Vi que estão ajudando a reconstruir a escola.
— Sim, ele é. — Respondeu Esther.
Bernardo fez um comentário que soou mais como uma provocação sutil:
— Os soldados do seu país são bem altruístas, não é? Ajudando os aldeões sem esperar nada em troca.
O tom dele deixava claro que ele duvidava da sinceridade dessa bondade, mas não tinha nenhuma expressão especial em s