— Eu não estou bem aqui? — Marcelo disse, com um leve sorriso no canto dos lábios. — Perto do que eles passam, minha vida é um luxo.
Essas palavras fizeram os olhos de Esther arderem, quase transbordando em lágrimas. Ela olhou para cima, tentando segurar o choro. Não queria se deixar levar pela emoção que ele despertava nela, algo que sempre a desarmava.
— Então, me diz uma coisa. Como foi que o meu veneno foi neutralizado? Onde você conseguiu o antídoto? — Perguntou ela, com a voz embargada de curiosidade e incredulidade.
Era difícil acreditar que, depois de tanto esforço de várias pessoas para encontrar uma solução, o antídoto tivesse aparecido como se fosse obra do acaso.
Marcelo ficou em silêncio por alguns segundos, como se pesasse as palavras.
— Eu consegui pedindo.
— Pedindo a quem? — Esther franziu a testa.
— Ao meu pai. — Disse Marcelo, de forma direta.
A resposta pegou Esther de surpresa.
— Seu pai?
— Não o Vitor. — Corrigiu ele, o tom frio. — Meu pai biológico.
Esther ficou