— Aqui. — Marcelo entregou algo para Esther.
Um aroma quente de arroz subiu até o nariz dela. Ao levantar o rosto, viu-o parado em sua frente. Ele a encarava com seriedade, os olhos fixos nos dela. Na mão dele, estava uma tigela impecavelmente limpa, cheia de arroz branco.
Esther ficou surpresa, sem saber o que dizer.
Vendo que ela não reagia, Marcelo colocou a tigela ao lado dela e, calmamente, pegou os talheres para deixar sobre o arroz.
— Coma. — Disse, com um tom gentil.
Em seguida, ele pegou uma tigela com arroz levemente preto, que deveria ser o resto do preparo, e começou a comer sem reclamar.
Esther observava cada movimento dele, intrigada.
— Vocês comem isso?
Marcelo se acomodou em um banco de pedra ao lado dela e respondeu com simplicidade:
— Sim.
Ela mordeu o lábio inferior, refletindo. Ele havia mudado muito.
O Marcelo de antigamente, sempre sofisticado, jamais seria visto comendo algo que não fosse da mais alta qualidade. Tudo nele, desde os hábitos até as refeições, segui