Os olhos do garoto carregavam uma melancolia profunda. Esther podia sentir o peso da dor em cada palavra que ele dizia. Aquele era um garoto que havia perdido tudo. O vilarejo que antes pulsava com vida agora estava reduzido a cinzas e corpos espalhados. De todos os moradores, apenas ele havia sobrevivido.
Esther pressionou os lábios, em silêncio, antes de dar um passo à frente para ajudá-lo a mover os corpos para um mesmo lugar.
— Eu vi tudo o que aconteceu. Esses homens não eram soldados? Será que foi algo que o seu vilarejo fez? — Ela perguntou com cuidado, tentando entender a situação.
Os olhos do garoto endureceram, uma centelha de fúria iluminando seu rosto jovem.
— Você acha que velhos, mulheres e crianças poderiam fazer algo para provocar isso? — Respondeu ele entre dentes. — Aqueles não são soldados! São homens do Faraó!
Esther sentiu seu coração apertar com a intensidade da resposta.
O garoto apertou os punhos com força, o maxilar trincado de tanto conter a raiva. Ele continu