Quando Esther viu Nicole se aproximando da cama, sentiu uma pontada de desconforto. Mesmo com o casamento dela e de Marcelo em frangalhos, aquele ainda era o espaço dela, um território que carregava memórias. A simples ideia de outra pessoa tocando em suas coisas fazia seu sangue ferver. Quando Nicole estendeu a mão e tocou a cama, Esther agiu por instinto, segurando firme o pulso dela.
— Você sabe qual é a peça que ele quer? — Esther perguntou, com a voz baixa, mas cheia de autoridade, seus olhos fixos nos de Nicole.
Nicole hesitou por um instante, surpresa com a firmeza de Esther.
— É só um suéter, eu também posso levar. — Respondeu ela, tentando parecer segura, mas com uma leve hesitação na voz.
Esther se manteve impassível, os olhos duros como pedra.
— Você quer ocupar meu lugar? — Disse ela, com uma calma assustadora. — Então vai ter que provar que merece. Marcelo é muito claro sobre o que gosta e o que não gosta. Por exemplo, com um simples suéter, ele decide se vai usar o bran