O olhar frio de Manuel se fixou em Rosana. A maneira tensa como ela estava se comportando, para ele, era um sinal claro de culpa.
Ele levantou o queixo, lançou um olhar para o teste de gravidez e perguntou:
— Quando isso aconteceu?
Rosana respirou profundamente, tentando acalmar seu coração, e só então, com a voz trêmula, respondeu:
— Eu comprei o teste ontem, ainda não tive tempo de fazê-lo.
As sobrancelhas de Manuel se franziram ainda mais, e ele a questionou com cada palavra mais incisiva:
— Então, você passou mal nos últimos dias por causa disso? Rosana, quando pretendia me contar sobre isso? Estava esperando até ter certeza de que estava grávida, até a barriga crescer, para então me contar? Queria me usar como refém, com um filho, para me obrigar a aceitar isso?
Rosana o encarou, chocada, mordendo o lábio, e respondeu:
— É assim que você me vê? Uma pessoa que usaria uma criança para te prender? Manuel, você está indo longe demais! Nunca pensei em te dar um filho, nunca!
De repent