Maya
Estava com raiva e com vontade de lhe acertar umas boas bofetadas no rosto, mas tentava me controlar. Victor me encarou e eu o ignorei, enquanto colocava leite no meu café. O escutei respirar fundo e lentamente, sabia o quanto ele odiava que eu o ignorasse.
— A dispense e lhe dê uma carta de referência — disse Victor a Noberto, que saiu em direção à cozinha, sem dizer nem uma palavra. Levantei minha cabeça e olhei para ele, sem acreditar se estava mesmo fazendo aquilo. — Não quero mais problemas entre a gente. — Sorriu para mim.
— Que bom. Porque não tenho muita paciência com gente folgada.
— Vai com calma, meu amor — pediu inclinando-se até mim e beijando meu rosto. — Já falou com seu pai?
— Ainda não. Ele quer sair para almoçar comigo hoje.
— Tudo bem, eu tenho que ir para Houston.
— Vai ficar a semana toda lá?
— Não. Eu volto na terça à tarde.
— Okay.
— Quer conversar sobre o que fez ontem o dia todo? — perguntou ele, apoiando seus cotovelos sobre a mesa e dando-me sua atenção.