Maya
— Deixe-me ver — pediu Clarice as pegando da minha mão. — Meu Deus! Tinha mesmo alguém invadindo sua privacidade, Maya. — Abri o bilhete e fiquei em choque ao ler o que estava escrito com letras impressas em um cartão branco. — O que foi, querida? O que está escrito?
Será que o seu pai terá orgulho da sua garotinha, a vendo nessas imagens?
Talvez ele até queira as pôr sobre a mesa do seu escritório, ou quem sabe, as emoldure e pregue na parede do corredor.
— Eu preciso ligar para o meu pai.
Voltamos para o quarto e tentei ligar para ele, mas a chamada ia direto para a caixa de mensagem. Depois de muito insistir, finamente consegui.
— Alô — disse ao atender.
— Pai? — chamei-o em um sussurro.
— Na cadeia deixam você usar o celular? — perguntou com rispidez na voz.
— Pai, me ouça, por favor — implorei, já sentindo meus olhos ficarem marejados.
— Ouvir o quê? Que a filha que eu criei com tanto amor e sacrifício, não passa de uma vadia? — perguntou aos berros. — Você foi presa, acusad