"Que se danem todos!" — ela disse alto, sem se importar com quem pudesse ouvir. — "Eu já estou uma pilha de nervos e ainda tem esse homem querendo bancar o mandão correto."
Mal teve tempo de processar o que tinha acabado de dizer, quando uma voz calma chamou sua atenção.
— Rosa? — era uma enfermeira, com um olhar compreensivo. — Eu sou a enfermeira Eva, que vai dar banho de leito na sua mãe e, depois, medicá-la conforme a prescrição médica. Tudo bem?
Rosa assentiu, tentando forçar um sorriso, mas estava exausta demais para fingir qualquer coisa.
— Claro que sim, fique à vontade — respondeu, voltando a sentar na cadeira fria e desconfortável.
Enquanto a enfermeira começava os cuidados com sua mãe, Rosa olhou para o telefone, que novamente vibrava. "Ricardo." Ela olhou para o visor por um momento, hesitando. Mil pensamentos passaram por sua mente, ela poderia ignorar, poderia gritar, poderia até bloqueá-lo. Mas, naquele momento, por alguma razão, atendeu.
— Oi — disse com um tom de