Naquela sexta-feira à noite, passava das onze e Rosa estava inquieta. A casa já estava organizada, sua mãe já havia dormido, mas Rosa não conseguia dormir. O olhar de Ricardo, a presença dele na empresa, e principalmente o fato de ter ouvido a conversa íntima dela com Nat, rondavam sua mente como uma sombra incômoda. Seu coração batia forte cada vez que ela pensava nele, e aquilo a deixava desconfortável.
Enquanto olhava para o teto, revirando-se na cama, seu telefone vibrou na mesa de cabeceira. Rosa franziu a testa ao ver o nome de Ricardo brilhando na tela. O que ele poderia querer àquela hora?
— Alô? — atendeu, desconfiada.
— Rosa, vou te buscar amanhã às 7 da manhã.
Rosa se endireitou na cama, surpresa.
— Mas... por quê? — perguntou, sem entender o motivo.
— Para trabalhar, claro.
Rosa olhou para o relógio. Amanhã era sábado.
— Ué, mas amanhã é sábado, Ricardo. Eu não trabalho aos sábados — retrucou, tentando controlar sua frustração.
— Não me interessa, estou atrasado em um proj