O canteiro de obras estava silencioso às seis da manhã. O sol ainda nascia no horizonte, tingindo o céu de laranja e dourado, quando Rosa chegou de botas e capacete. Ela respirou fundo. O cheiro da terra molhada, o som distante de pássaros e o vento leve no rosto. Era como se a vida estivesse sorrindo de novo.
Ricardo já a esperava em frente ao primeiro bloco reconstruído. Usava jeans, camiseta simples e um sorriso calmo, mas nervoso. Havia algo diferente em seus olhos naquela manhã.
— Tudo pronto? — ela perguntou.
— Quase. Falta uma coisa.
Ela arqueou a sobrancelha, intrigada.
— O que?
Ele não respondeu de imediato. Pegou algo do bolso: um anel simples, de prata fosca, com uma pequena pedra azul. Nada de luxo exagerado. Era delicado, como o amor que construíram juntos.
— Rosa… — ele começou, com a voz mais baixa do que o habitual. — A gente passou por muita coisa. Mais do que qualquer um imaginaria. Te salvei uma vez sem saber que, na verdade, era você quem me salvaria depois. Me sal