O despertador tocou cedo demais. Eu ainda estava com o rosto enfiado no travesseiro quando senti Caio se mexer ao meu lado, resmungando alguma coisa incompreensível. Estava claro que nem ele nem eu estávamos prontos para abandonar aquele ninho quente.
— Que horas são? — murmurei, com a voz rouca.— Sete e quinze… eu acho. A gente tem tempo pra mais cinco minutos.— A gente nunca tem só cinco minutos, Caio.— Isso é porque você é muito bonita e me desconcentra.Sorri, ainda de olhos fechados. Ele se virou de lado, encostando o nariz na curva do meu pescoço, os lábios roçando ali de leve. Aquele tipo de carinho que fazia o mundo todo parecer mais simples.— Preciso levantar — avisei, já querendo não levantar.— Precisa mesmo? A cidade não vai parar se você se atrasar um pouquinho.— A cidade, não. Mas meu chefe sim.— Ah, entendi — disse ele, soltando uma risada. — Bem, então é melhor nã