Acordei antes do despertador tocar. Talvez fosse ansiedade, talvez fosse o calor residual do que tinha acontecido na noite anterior. Ainda conseguia sentir os lábios de Caio nos meus, a pressão das mãos dele na minha cintura, e o jeito como nossos corpos quase ultrapassaram a linha invisível que ainda resistíamos a cruzar.
Suspirei, me espreguicei e fui direto para o banheiro. Enquanto escovava os dentes, me olhei no espelho. Meus olhos estavam mais vivos do que o normal, as bochechas ainda coradas de algo que não era só sono. De volta ao quarto, abri o armário sem muita pretensão, mas meus dedos pararam em um vestido que eu raramente usava. Preto, justo, simples — mas com o tipo de caimento que deixava pouco espaço para distrações. Vesti lentamente, observando meu reflexo com uma curiosidade silenciosa. “Vamos ver como ele reage hoje”, pensei, mordendo o canto do lábio. Deixei o cabelo solto, apenas ond