Já passava da meia-noite quando chegamos ao loft. A rua estava silenciosa, banhada por uma brisa morna que fazia as folhas das árvores dançarem suavemente sob o céu estrelado. O som abafado da cidade adormecida criava uma trilha sonora discreta para aquele momento que parecia só nosso. Caio destrancou a porta ainda segurando minha mão, deixando que eu entrasse primeiro. As luzes suaves do corredor nos acompanharam até a sala, onde o silêncio se instalava como um convite à intimidade — ou talvez fosse só o efeito do robe ainda escorregando dos meus ombros.
Ele largou o buquê de rosas sobre a bancada da cozinha e se encostou nela, com aquele sorriso preguiçoso que eu já conhecia, o mesmo que aparecia quando ele sabia que ia me provocar.— Então... — começou, fingindo casualidade, com aquela voz arrastada que eu adorava — achei que talvez eu pudesse dar uma olhada... puramente técnica, claro... nos presentes que você ganhou hoje.Virei para ele, cruzand