A manhã começou calma, com a luz dourada do sol entrando pelas amplas janelas do nosso loft. Caio ainda dormia enquanto eu me levantava devagar, levando uma caneca de café até a beirada da janela. Fiquei ali, olhando para a cidade que despertava lá embaixo, tentando acalmar o turbilhão que se agitava dentro de mim.

Faltavam exatamente vinte dias.

Lana ainda estava em casa, dormindo no meu antigo quarto — agora tomado por caixas com lembrancinhas, tecidos das madrinhas e uma pilha de envelopes que ainda precisavam ser entregues em mãos. Ela estava sendo essencial — prática, leve e cheia de boas ideias. Mesmo assim, a tensão me acompanhava o tempo todo, como uma sombra.

Voltei para dentro, já com a lista do dia em mãos, e fui direto para a cozinha. Estava separando os papéis da última confirmação com o fornecedor dos doces quando ouvi passos atrás de mim.

— Bom dia, senhora quase-meia Lara — Caio sussurrou com a voz rouca de sono, encostando