David
A noite cai como um véu de seda sobre o Caribe, e o ar carrega um misto de sal e promessas não ditas. As estrelas parecem mais próximas, como se espionassem cada passo nosso pela areia macia. Caminhamos descalços, os sapatos esquecidos em nossas mãos, e o som das ondas quebrando suavemente contra a costa é a única trilha sonora.
David está ao meu lado, a camisa branca aberta no peito, revelando a pele quente que ainda carrega o calor do sol. Seus dedos roçam de leve os meus, um toque quase acidental, mas que faz um arrepio subir pela minha espinha. Meu vestido leve balança ao sabor da brisa, a barra arrastando levemente a areia.
— Parece que estamos sozinhos no mundo — digo, minha voz pouco mais que um sussurro.
— E se estivermos? — ele responde, a mão agora apertando a minha.
Paro de andar, forçando-o a fazer o mesmo. O vento brinca com nossos cabelos, e a luz prateada da lua desenha nossas silhuetas na areia. O silêncio entre nós carrega uma tensão deliciosa, quase palpável. D