Don LeviEu sempre soube que a despedida, por mais breve que fosse, o adeus nunca é apenas um ato simples, carrega consigo um peso peculiar, onde muitas vezes as pessoas se entregam sem querer, especialmente os jovens. O tempo parece brincar conosco nesses momentos, arrastando-se de maneira quase cruel. Hoje não é diferente. O ar está carregado de promessas não ditas e olhares que falam mais do que as palavras ousariam.Hannah está ao meu lado, com aquele porte impecável que combina tão bem com sua alma de aço. Os gêmeos, Luan e Leyan, mantêm a postura, mas eu os conheço bem demais para não perceber a inquietação oculta sob a máscara de serenidade. Layane, a nossa menina, envolve a todos com sua presença suave, como se seu silêncio fosse uma melodia ao fundo.Don Vittorio, sempre imponente, é a figura central dessa despedida. Ao seu lado, Liana, tão elegante quanto leal, uma verdadeira dama da máfia, as gêmeas Alice e Alicia, e Darlan, que mantém sua expressão rígida, mas os olhos a
Lizandra LambertiniAssim que o jato pousa em Buenos Aires, sinto uma mistura de emoções. Meu coração acelera quando descemos as escadas da aeronave e avistamos a família Lambertini nos esperando. O sorriso de Liana é acolhedor, seus olhos brilham ao me ver.— Minha menina! — ela exclama, me envolvendo em um abraço apertado antes de alisar minha barriga com delicadeza. — Como estão as minhas netas?Sorrio, sentindo o calor daquele gesto.— Estão bem, cada dia mais inquietas — respondo, e todos riem.O olhar do Don vittorio queima sobre a minha barriga exposta, não penso, vou até ele, pego a sua mão e levo a minha barriga, ele respira fundo, mas vejo seus olhos brilhando, mas qaudno ele fecha os olhos, uma lágrima escorre e ele me puxa para um abraço afetuoso.— Menina, assim você acaba com a minha pose de durão! — ele fala pausadamente e me lança um olhar aprovador, com um meio sorriso discreto. Ninguém conseguiu conter o sorriso.Darlan me cumprimenta com um beijo estalado na bochec
DavidO brilho nos olhos de Lizandra quando paro o carro em frente ao portão da fazenda é algo que jamais esquecerei. É como se o sol nascente refletisse dentro dela, criando um brilho intenso que faz meu coração acelerar. O vento suave balança seus cabelos, e por um momento, fico apenas admirando a mulher que amo, sem dizer uma palavra.— O que é isso, David? — Ela pergunta, a voz carregada de curiosidade e um pouco de incredulidade.Sorrio, segurando sua mão.— É seu, Lizandra. Nossa fazenda.Os olhos dela se enchem de lágrimas instantaneamente, e antes que eu possa continuar, ela se joga nos meus braços, os lábios encontrando os meus com um fervor que me tira o ar. O beijo é intenso, carregado de emoção e promessas silenciosas. A mão dela desliza pela minha nuca, puxando-me para mais perto, como se aquele gesto pudesse expressar tudo o que as palavras não conseguem.— Porrah… Vocês querem que eu feche os olhos ou posso continuar aqui? — A voz grave de Don Vittorio corta o momento,
DerickO bar vibra ao som da música, uma batida incessante que combina com o frenesi no meu peito. Não deveria me importar. Não deveria sequer estar aqui. Mas estou. E é impossível ignorar a cena diante dos meus olhos: Daniel Malta, escorado no balcão, com Maia pendurada no pescoço dele, a língua dos dois se entrelaçando sem pudor. Uma raiva surda me invade, mas não por Daniel. Não por Maia. Por Raissa. Pela forma como ela continua impassível ao meu lado, como se não estivesse vendo nada.— Olha só — digo, a voz mais ácida do que pretendia, parece que seu "namorado" já encontrou um novo passatempo.Raissa dá de ombros, tranquila demais.— E daí?Minha testa se franze.— E daí? Você não vai dizer nada? Não vai surtar?Ela me encara, a boca curvando em um meio sorriso debochado.— Derick, ele só tirou minha virgindade porque eu quis. Cansei de ser virgem, apenas isso. E foi uma maravilha, para falar a verdade. O pau dele é tudo de bom... grande e grosso, uma delicia!Ela sorri mais, cín
Nara Derick avança um passo, a raiva irradiando dele como um furacão prestes a destruir tudo ao redor. Meu coração tamborila, mas mantenho a postura firme, segurando seu ombro antes que ele encoste um dedo em Raissa.— Calma, Derick. — Minha voz é uma lâmina fria, cortante. — Fui contratada para proteger a Raissa. Mesmo que seja de você.A fúria queima seus olhos, mas ele respira fundo, como se tentasse e falhasse em conter a tempestade dentro de si. O jantar segue em um silêncio pesado, cada segundo se arrastando como um castigo. Raissa mal toca na comida, e eu também não consigo engolir nada.Derick paga a conta com movimentos duros, mecanizados. O caminho até a casa dos pais dele é claustrofóbico, o carro uma gaiola sufocante. Ele não diz uma palavra. Assim que deixa Raissa, acelera em direção à própria casa, o silêncio agora um grito silencioso prestes a explodir.Mal cruzamos a porta e ele me empurra para dentro, o corpo vibrando de tensão. Antes que eu reaja, sua mão agarra me
DavidO cheiro de desespero misturado ao ferro do sangue me acerta assim que cruzo a porta do quarto. O ambiente está em silêncio, mas a cena diante de mim grita. Derick está largado na cama, os lençóis manchados de vermelho, o corpo nu, as mãos repousando sobre o peito nu e sujo. O rastro escarlate ainda marca sua pele, um lembrete cruel do que aconteceu ali. E então vejo, o seu pau, ainda manchado de sangue seco.Meu estômago revira.Derick levanta a cabeça ao me notar e solta um rosnado baixo.— O que diabos você quer, David? — Sua voz é rouca, arrastada, como se ele mesmo estivesse tentando processar tudo.Eu não respondo.Meus dedos vão até os botões da minha camisa, arrancando-os um a um. Jogo a peça no chão sem cerimônia. Ele nem tem tempo de reagir, o meu punho já encontra seu rosto com força suficiente para fazer sua cabeça bater contra a cabeceira da cama. O som seco do impacto ressoa pelo quarto.— Porrah, David! — Derick tenta se defender, seu próprio punho acertando meu m
LizandraO som ritmado dos corações das minhas filhas preenche o consultório, uma melodia forte, insistente, que parece pulsar diretamente dentro de mim. As batidas ecoam em cada célula do meu corpo, e eu percebo que a partir desse momento, nunca mais serei a mesma. David segura minha mão, os dedos dele apertam os meus com firmeza, como se estivesse se ancorando naquele instante tanto quanto eu.— Elas estão chupando os dedinhos — diz a Dra. Selma, um sorriso terno curvando seus lábios.Minhas meninas. Tão pequenas, tão perfeitas, já se movimentando dentro de mim. David pisca rápido, a emoção quase transbordando de seus olhos. Ele não chora, mas eu sinto cada centímetro da sua vulnerabilidade naquele momento.Saímos do consultório de mãos dadas, um sorriso idi0ta no rosto de ambos. Pela primeira vez em muito tempo, não há medo, não há segredos sombrios, apenas a expectativa radiante de um futuro que estamos construindo juntos.— Vamos ao shopping? — peço, usando meu olhar mais convinc
DarlanO cheiro de pó e gasolina ainda impregna minhas narinas enquanto fecho a última planilha de conferência. A carga chegou inteira. Quinze quilos de cocaína pura e outros vinte de pasta base. Dinheiro sujo, sangue derramado, mas uma engrenagem essencial para manter nosso império girando. Cada tijolo registrado, cada pacote pesado, tudo sob meus olhos. Não há margem para erro. Não no meu sistema.Saio da sala de conferência, esfregando a nuca, e é quando a vejo. Silvia.Ela é um contraste gritante com o ambiente hostil da sede da máfia — a seda da sua blusa adere ao corpo de um jeito quase criminoso. Os cabelos negros, levemente bagunçados, sugerem um dia longo no Grupo Lambertini. Seus olhos me encontram, exaustos, mas ainda desafiadores.— Cansada? — pergunto, encostando o ombro na parede, com um sorriso de canto.Ela suspira, passando a mão pelos cabelos.— Nem te conto. Dia cheio.Sem pedir permissão, acompanho-a pelo corredor estreito até os aposentos reservados para os membro