David
O silêncio de um hospital nunca é realmente silêncio. Tem aquele zumbido constante dos monitores, passos apressados nos corredores, sussurros entre médicos e enfermeiras. Mas nada disso se compara ao barulho que está dentro da minha cabeça agora.
O meu coração bate tão forte que quase posso ouvi-lo ecoar nas paredes frias dessa maldita sala. Lizandra está sentada ao meu lado, tão calma que chega a me irritar. Como ela consegue? Depois de tudo... depois de quase perdê-la.
A porta se abre e a Dra. Selma entra, com aquele jeito profissional e ao mesmo tempo acolhedor que parece ser a marca registrada dela. Ela nos cumprimenta com um sorriso suave.
— Como está se sentindo, Lizandra?
Lizandra sorri de leve.
— Melhor, sem dores.
A médica assente e começa a examiná-la com delicadeza. Eu fico ali, parado, de braços cruzados, mas minha atenção está totalmente nela. Cada gesto, cada careta de Lizandra, cada batida do estetoscópio me faz prender a respiração.
Depois de alguns minutos, a D