Darlan
O barulho dos motores das retroescavadeiras ao longe é como um zumbido constante, um lembrete do império que administramos com punho de ferro. O cheiro de concreto fresco se mistura ao aroma do tabaco que queimo entre os dedos. Estou encostado no capô do meu carro, olhando o movimento dos funcionários no canteiro de obras, mas minha mente está a quilômetros daqui.
David me pediu há para resolver uma situação que está corroendo nossos lucros. Dois engenheiros, Aníbal e José, e dois encarregados, Enrico e Delfin, têm desviado material e até alugado maquinário da construtora para meter o dinheiro no bolso. O problema? O mestre de obras. Um homem inocente, sempre colado nos quatro como uma sombra, sem saber que trabalha lado a lado com os ratos. Não posso simplesmente eliminá-los na frente dele, e também não sou um monstro ao ponto de matar quem não deve. E torturar alguém enquanto ele assiste? Não. Ainda temos um código, por mais sujo que nosso mundo seja.
— Darlan, quer que eu ch