Andávamos pela orla de Copacabana, estamos em silêncio admirando o mar, o dia estava sol, mas como era mês de junho não estava muito quente. — Qual o rolo seu com ela? Bruno me tira dos meus pensamentos. — Eu conheci seu irmão ainda era muito nova, ele era insistente e não cansou até conseguir ficar comigo... Não nos desgrudamos mais, minha mãe quando descobriu que ele era do movimento me proibiu de ter algo com ele, mas aí ficávamos escondidos, eu fugia a noite para encontrar seu irmão no baile, até que ela descobriu e me deu um ultimato. Seu irmão alugou uma casa pra mim e foi quando descobri que ele era casado... Eu até tentei me afastar dele, mas eu já estava completamente apaixonada por ele. Quando decidi que não queria mais ser a outra e fiz ele escolher, ele escolheu a esposa e foi quando fui procurar minha mãe, eu não queria mais ficar no morro, mais ela só me atendeu pelo portão, como se eu fosse um morador de rua e se não fosse minhas amigas, eu estaria morando mesmo na
Acordei por volta das 8 da manhã, me espreguiço e abro os olhos, vejo Bruno sentado na mesa me encarando. — Bom dia. Ele diz me encarando. — Bom dia. Respondo com um meio sorriso, ele tinha pedido café da manhã, a mesa estava cheia de coisa. — Vem tomar café. Ele me chama e eu me levanto, vou no banheiro escovar os dentes e lavo o rosto, quando estou indo pra mesa reparo a mala dele pronta e perto da porta, reparo que ele está de banho tomado e arrumado, franzo a testa sem entender, mas ele não diz nada. Me sento a mesa e ele começa a me servir. — Suco ou café? Ele pergunta. — Suco! Ele coloca no copo e me entrega. — Pão ou torrada? Mais uma vez ele me pergunta, mas ele não está me olhando. — Só um pedaço de queijo minas, mais nada... Você vai embora hoje? Pergunto enquanto ele me entrega o prato com uma fatia do queijo. — Consegui uma passagem para mais tarde, vou te deixar na sua amiga e depois vou para o aeroporto, almoço lá e depois pego o voo. Abaixo a cabeça m
— Anne?! Acorda! Escuto Jereh me chamando com calma, abro os olhos e ele está arrumado. — Que horas são? Me espreguiço. — Sete, mais hoje é aniversário de Bruno e tenho uma surpresa para ele. Como assim hoje é aniversário de Bruno? Como ele não me contou? Como assim? Fico encarando Jereh. Sem entender nada. — Vamos! Levanta e se ajeita, quero estar na mesa do café antes dele acordar. Mesmo desnorteada me levanto e vou para o banheiro, tomo banho, escovo os dentes, penteio o cabelo, coloco uma roupa e desço para a cozinha, Jereh já estava lá. Assim que saio do quarto dou de cara com Bruno. — Pronta? Ele pergunta sussurrando. — Por que não me falou que hoje era seu aniversário? Pergunto baixo. — Não gosto de comemorações... Está pronta? Ele pergunta novamente Balanço a cabeça dizendo que sim e descemos as escadas. Na mesa tinha um big café da manhã, Bruno franze a testa sem entender nada, Jereh está sentado a mesa com um sorriso no rosto. — Parabéns! Ele diz mostra
—O que faz aqui? Tá maluco? Saí daqui! Digo apavorada. — Precisamos conversar! — Não Bruno! Saí! Jeremias pode entrar aqui a qualquer momento! — Deixa ele nos vê juntos, é bom que acabamos com tudo isso logo! — E quem disse que quero que acabe? Digo cruzando os braços e Bruno passa a mão no rosto nervoso. — Temos um acordo Anne, esqueceu? — Da mesma forma que você esqueceu de me contar sobre sua namorada! — Ex! Ex namorada! E ela já era ex antes de nos conhecermos pessoalmente. Fico quieta, como sempre eu não sabia como agir. — Vocês iam casar! Droga, Bruno! Choro. — Isso é coisa da cabeça de Jeremias, claro que ela planejava um dia casar, ter filhos, essas coisas, mas não eram planos para agora e nem planos meu! — Acho melhor deixarmos isso pra lá, resolve seus assuntos com ela. — Não vou deixar pra lá, nada! — Anne! Abre a porta! Era a voz de Jeremias, eu não sabia o que fazer. — Saí pela janela! Digo nervosa. — Não! Não vou sair, vamos contar pra ele... — Não
Sheik... Minha cabeça estava a mil, minha vontade era de matar aquela filha da puta, mais meu amor por ela era tão grande que eu seria incapaz de fazer qualquer mal a ela. Depois de deixar Ju em casa eu precisava pensar, então fui no novo refúgio que tem aqui no morro. — Fala aí chefe! Um dos seguranças do local me cumprimenta. — Fala aí! Desenrola pra mim a mais gata! — Claro chefe... Suellen, vem aqui! Ele chama uma loira. Ele diz quem eu sou e seguimos para o quarto. Me sento na cama e ordeno. — Tira a roupa! Ela não hesita, começa a tirar a roupa, mas eu não estava excitado com aquilo, pelo contrário, eu não queria que ela tirasse a roupa pra mim, mas o que vinha na minha mente era a minha mulher tirando a roupa para outro. Acho que a tal Suellen percebe que eu não estou afim, e começa a puxar assunto. Pego uma garrafa de whisky que tinha ali no quarto e começo a beber, conto para Suellen tudo que estava acontecendo, até que ela era uma boa ouvinte, não dava opinião,
A galera estava no pagode, estávamos em um canto, tinha uma mesa alta e alguns bancos ao redor. Nick, Nathy, Estevão, caveira e outros moleques com suas esposas estavam lá também. O papo rolava solto, geral ria, o ambiente estava legal, apesar de Nathy me olhar hora ou outra de cara feia... — Então você chamou a puta pra almoçar? Caveira diz zoando Estevão! — A mina é gente boa, foi só um convite de amigo, mas ela não aceitou. Ele se defende. — Oi pessoal, boa noite... Olho para a voz e vejo verônica parada ao meu lado, fazendo o ambiente ficar em silêncio. Nathy olhava ela de cara feia. — Boa noite. Geral responde, claro que eu, Nathy e Nick não respondemos. Ela puxa um banco e sem ser convidada já senta ao meu lado. Uma conversa sobre crianças se inicia, Nathy de cara feia ignora completamente ela e conversa com outras meninas, verônica entra no assunto falando sobre as crianças do colégio. — Minhas crianças são tranquilas, claro que sempre tem um mais agitado que o o
Ju... Depois da minha discussão com sheik ontem decidi dormir com a lua, ela não estava bem então uni o útil ao agradável. Acordei cedo e lua já não estava mais com febre, hoje preferi não enviar ela para a escola, fui no meu quarto e sheik já não estava mais, Jr também não estava, provavelmente estava com dona Simone. Tomo um banho, pego meu telefone e marco com um pediatra amigo da minha mãe de vir aqui olhar lua. Desço as escadas a procura de sheik mas realmente ele não estava, só Jr e dona Simone mesmo. Resolvo ligar pra ele. “Oi, aconteceu alguma coisa?” Ele pergunta assim que atende o telefone. “Não, você saiu cedo hoje...” Questiono. Sheik nunca saía antes de falar comigo e hoje ele saiu, as coisas realmente não estavam boas. “ Tive que resolver uns problemas...” “Daqui a pouco um médico conhecido da família vai vir aqui, autoriza a entrada dele, ele vai dá uma olhada na lua pra mim.” “Ela não melhorou ainda?” “Não teve mais febre, mas ainda está caidinha e quero s
Fiquei um bom tempo no banheiro chorando e pensando em como eu fui burra de acabar com a minha vida, quer dizer... Eu só tenho 19 anos, tenho dois filhos e só tenho o ensino médio, não tenho uma profissão, não sei cozinhar, nem habilitação tenho, como vou conseguir sozinha? Lavo o rosto e decido viver um dia de cada vez, hoje eu curtiria meus filhos e depois penso no amanhã. Nosso dia foi mimando a Lua, colocamos nosso colchão na sala, colocamos o filme dela preferido e assistimos nos enchendo de muita pipoca, chocolate e refrigerante. Lua ria, comentava sobre o filme, tacava pipoca no pai que ria lindamente e fazia cócegas nela, lua gargalhava de felicidade e eu com um choro travado na garganta sabendo que essa seria a última vez da nossa família assim, sorria escondendo tal sentimento. Sheik me olha, dou um sorriso forçado pra ele, mas ele me conhece muito bem, sabe a força que estou fazendo para não desabar. — Socorro mamãe... Lua gritava rindo das cócegas que o pai ainda fazi