Os dois olharam na mesma direção e viram Liz, com o rosto cheio de raiva, acompanhada por sua fiel seguidora, Rebeca.Alana arqueou levemente as sobrancelhas e, instintivamente, olhou para Nelson enquanto pensava:"Será que isso é uma armação dessas duas? Como pode ser uma coincidência tão grande assim?"Não era só a presença de Liz. Era o fato de ela aparecer exatamente naquele momento, com Rebeca ao lado, exigindo explicações sobre o que seu namorado estava fazendo com outra mulher. A cena inteira parecia ter saído de um roteiro clássico de traição, onde a esposa ou namorada descobre tudo. Por isso, Alana achou tudo muito conveniente. Mas, no segundo seguinte, percebeu que talvez estivesse enganada.— Liz... O que você está fazendo aqui? — Perguntou Nelson, sua voz revelando mais nervosismo do que ele queria demonstrar.Nelson estava ainda mais tenso do que Alana. Ele temia ver Liz naquele lugar. "Droga", pensou ele. "Por que ela tinha que aparecer justo agora?" Ele nem sequer havi
Às vezes, Alana usava as mesmas estratégias que aplicava contra rivais no mundo dos negócios. Ela não demonstrava um pingo de misericórdia. Nelson estreitou os olhos enquanto encarava o celular de Alana. — Alana, sua vadia! Você não tem moral alguma! Suas táticas são desprezíveis! — Gritou ele, com a voz cheia de raiva. Ele nunca imaginou que Alana também tivesse gravado um vídeo dessa vez. Por mais que ele fosse experiente e já tivesse enfrentado situações semelhantes, ser pego de surpresa novamente o deixava profundamente desconfortável. Alana arqueou uma sobrancelha e respondeu com desdém: — No mundo dos negócios, esse tipo de coisa não é comum? Além disso, para lidar com alguém como você, eu realmente preciso de estratégias sofisticadas? Ela lançou um olhar de desprezo para Nelson, avaliando-o de cima a baixo. Não conseguia acreditar que ele, mesmo diante de Liz e de tantas pessoas, ainda tinha a audácia de usar palavrões contra ela. Nelson sempre foi obcecado por sua r
Rebeca não conseguiu evitar criticar a si mesma em pensamento: "Por que eu sou tão covarde assim? No final das contas, estávamos em público. Alana não ia me engolir ali, não é?"Liz, ao perceber a expressão frustrada de Rebeca, lembrou-se de como ela havia agido no salão momentos atrás.Para Liz, Rebeca era realmente um caso perdido. Sempre que enfrentava Alana, tornava-se completamente inútil, incapaz de dizer qualquer coisa ou de se impor. No final, só servia para que os outros rissem delas.Se Liz não tivesse algum uso para sua "pequena seguidora", com certeza já teria se livrado dela. Rebeca era um peso morto e, muitas vezes, acabava estragando seu humor. No entanto, em certas situações, ela ainda era uma "faca" bastante útil.Como agora, por exemplo. Rebeca estava encarregada de carregar as sacolas de compras, poupando Liz de ter que se prestar a esse trabalho. Na prática, Rebeca era como uma criada que sabia elogiar e agradar.Rebeca, ainda cheia de indignação, perguntou:— Liz,
Quando Diego Arruda trouxe seu primeiro amor para a festa de aniversário, Alana Alves soube que havia perdido.No canto do salão, ela olhou rapidamente para a mensagem que sua mãe havia enviado:— Alana, você perdeu. Três anos se passaram, e Diego ainda não se apaixonou por você. Conforme o combinado, está na hora de voltar e assumir suas responsabilidades.Com o canto dos olhos, Alana observou a garota que Diego segurava pela cintura. Era a primeira vez que via o famoso primeiro amor dele. A garota era pura, com uma beleza tranquila e um ar pacífico. Mesmo vestida com roupas simples e baratas, ela chamava atenção. Então era isso que Diego gostava.Os lábios de Alana sentiram o gosto amargo da derrota. De repente, ela se lembrou de uma cena de quatro anos atrás, quando uma jovem rica do círculo social deles se aproximou de Diego para se declarar. Ele, enquanto apagava o cigarro com indiferença, lançou um olhar frio e respondeu com um tom debochado:— Me desculpe, senhorita, mas eu gost
Alana não ficou muito tempo em Cidade Talatona. Originalmente, ela só havia permanecido ali por causa de Diego. Mas, agora que havia se formado e Diego estava apaixonado por outra pessoa, aquela cidade já não fazia sentido para ela.Naquela mesma noite, ela comprou uma passagem de avião e voltou para Cidade Nyerere. Quando desembarcou, Karina Costa estava esperando por ela.— Dessa vez, voltou para ficar? — Perguntou Karina com um sorriso.— Voltei para ficar.Nos anos anteriores, Alana mal passava tempo em Cidade Nyerere. Tudo por causa de Diego, que ela seguia por onde fosse. Consequentemente, os encontros com Karina eram raros. Agora que o acordo com sua mãe havia falhado, ela não tinha mais motivos para sair de lá.Karina, que já tinha ouvido falar sobre o término entre Alana e Diego, não conseguiu evitar um suspiro. Ainda assim, preferiu mudar de assunto, abraçando o braço de Alana com um sorriso:— Não vamos falar de coisas ruins. Hoje é dia de festa. Vou te dar as boas-vindas co
Karina sentia um certo desconforto em relação ao primo Juan. Havia algo nele que a deixava intimidada, então, assim que entrou no carro, manteve-se quieta, sem ousar dizer uma palavra. O silêncio dentro do veículo era quase sufocante.Alana, por outro lado, tinha os olhos fixos no rosário budista que Juan usava no pulso. Algo nele parecia familiar, mas sua mente, enevoada pela bebida, não conseguia conectar as lembranças. Ainda assim, flashes da primeira vez que encontrou Juan passaram por sua cabeça. Anos haviam se passado, mas o homem diante dela permanecia tão imponente quanto antes.A casa de Karina ficava perto. Juan a deixou em segurança e, logo depois, se preparou para levar Alana de volta ao hotel.Agora, apenas os dois estavam no carro. A voz grave de Juan quebrou o silêncio:— Pretende ficar em Cidade Nyerere?— Sim.Alana hesitou por um momento antes de responder com um leve aceno. Eles não eram próximos, e a conversa morreu rápido. O silêncio voltou a dominar o ambiente, en
Como Juan sabia sobre ela e Diego?Esse pensamento passou rapidamente pela mente de Alana, mas ela apenas sorriu, despreocupada:— Não, Juan. Só que você também aproveitou sexo. Então, vamos deixar isso pra lá, certo?Ela piscou, mas no fundo sentia-se um pouco desconfortável. Juan era diferente de qualquer homem que ela conhecia. Perfeito demais, inalcançável como uma estrela distante ou a lua fria suspensa no céu."M*rda."Alana xingou baixinho em sua mente.Juan deu uma última tragada no cigarro, sacudiu o excesso de cinzas e não respondeu. Nem um sim, nem um não. Seus olhos apenas escureceram:— Tanto faz.Sua voz era gelada.Alana soltou um leve suspiro de alívio. Vestiu-se, endireitou o cabelo e deixou o hotel, chamando um táxi para voltar à mansão da família Alves.Mal havia entrado no carro, quando, a alguns passos de distância, Natalie a viu. Por reflexo, ela arregalou os olhos, surpresa, e puxou Diego pelo braço:— Diego, acho que vi a Srta. Alana...— Alana? — A testa de Die
Alana manteve a calma e continuou:— Pode ficar tranquila, eu e Diego terminamos de vez. Mas, já que vou assumir a família Alves, é melhor que meu casamento seja algo estável. Escolher alguém que eu não odeie parece mais sensato.Laura nunca havia apoiado o relacionamento entre Alana e Diego. Por um lado, detestava ver a filha sendo influenciada por sentimentos, deixando de lado a razão. Por outro, a rivalidade entre a família Arruda e a família Alves era evidente.Embora a família Arruda não tivesse o mesmo prestígio da família Alves, ainda era uma inimiga.De fato, Laura não era tão controladora em relação ao casamento de Alana quanto parecia. Seu foco e exigências sempre haviam recaído mais sobre Liz.Os olhos de Laura brilhavam com um olhar severo enquanto analisava Alana por alguns segundos.— Está bem. — Laura disse, com um tom firme. — Você pode escolher a pessoa. Mas, Alana, eu espero que você cumpra sua parte no acordo. Não me decepcione.Alana assentiu.Laura, ocupada com out