Uma forte demonstração de intimidade foi abruptamente interrompida.

No caminho para o hospital, Lúcia finalmente ficou sabendo de toda a história.

Aconteceu que alguém havia exposto na internet que Fabiana não era filha biológica da família Alves, mas apenas uma falsa herdeira.

Embora os pais da família Alves já tivessem vindo a público esclarecer, a pessoa que fez a denúncia apresentou diretamente o teste de paternidade.

Isso causou um enorme alvoroço na internet.

O principal motivo era que Fabiana tinha milhões de seguidores nas redes sociais, e sua popularidade vinha justamente do fato de ser conhecida como uma herdeira de família rica.

Uma falsa herdeira fingindo ser uma verdadeira, enganando seus fãs dessa forma, deixou os internautas furiosos.

Insultos contra Fabiana se espalharam por toda a internet, e como ela nunca tinha passado por uma situação assim, acabou tentando suicídio por envenenamento.

Quando o carro parou no subsolo do hospital, Gustavo acabara de finalizar uma ligação com a equipe de relações públicas.

Ao desligar o telefone, ele não se apressou em sair do carro, mas voltou-se para Lúcia ao seu lado.

— Lúcia.

Ele falou em tom de ordem.

— Vá imediatamente esclarecer ao público que Fabiana é sua irmã de sangue.

Lúcia riu friamente.

— Por quê?

— Porque, obviamente, neste momento, a sua palavra é a mais convincente!

Gustavo respondeu com impaciência.

— Seja eu, sejam seus pais, se esclarecermos agora, os internautas não acreditarão; só vão pensar que estamos privilegiando Fabiana e que você, a filha biológica, é a vítima.

— Só se for você a esclarecer, eles acreditarão!

Lúcia, é claro, compreendia essa lógica.

Mas ela apenas riu friamente e perguntou mais uma vez:

— Eu perguntei: por quê?

Por quê? Ela era a filha biológica dos pais, mas eles sempre escolhiam Fabiana.

Por quê? Ela era a esposa legítima de Gustavo, mas no coração dele só havia espaço para Fabiana.

Por quê? Ela era quem realmente tinha tudo sido tirado, mas Fabiana sempre parecia a vítima, e ela mesma é quem tinha que ceder repetidamente.

O rosto de Gustavo escureceu completamente.

— Certo, já sei que você não vai ajudar de graça.

Ele tirou a gravata com impaciência.

— Então é o seguinte: se você ajudar a esclarecer para Fabiana desta vez, daqui pra frente vou cumprir meu dever como marido.

Lúcia ficou atônita.

— Que dever de marido?

— Fazer sexo com você, é claro.

Gustavo respondeu friamente.

— Não pense que não percebi que você procurou aquele estrangeiro hoje só para me provocar, querendo que eu dormisse com você.

À medida que a raiva de antes se dissipava, Gustavo rapidamente entendeu a situação.

Lúcia o amava tanto que seria impossível ela ter outro homem.

O que ela dissera no clube, momentos antes, era apenas para provocá-lo e deixá-lo com ciúmes.

Mas, ironicamente, ele quase caiu na provocação.

Ao pensar nisso, Gustavo sentiu-se ainda mais irritado e continuou, impaciente:

— Então estou te dizendo agora: se você ajudar a esclarecer para Fabiana, daqui em diante vou dormir com você regularmente. Satisfeita?

O último vestígio de cor deixou o rosto de Lúcia.

Ela ergueu a cabeça e olhou para Gustavo, quase tremendo ao dizer, entre os dentes:

— Gustavo, afinal, o que você pensa que eu sou?

Usar a intimidade entre duas pessoas como moeda de troca em uma negociação...

O que ela era para ele, afinal?

Gustavo fitou o rosto pálido da mulher à sua frente, sentindo como se seu coração tivesse sido brutalmente perfurado.

Ele não sabia explicar aquele sentimento, mas aquela emoção fora de controle o deixava ainda mais irritado.

Completamente sem paciência, ele segurou a cabeça de Lúcia e a beijou com força.

Afinal, se conseguisse satisfazer Lúcia, ela certamente ajudaria sem hesitar!

Pensando nisso, Gustavo se entregou completamente ao desejo que guardava no fundo do coração, roubando com ainda mais força o fôlego dos lábios de Lúcia, mas não esperava que, no instante seguinte...

Uma dor lancinante percorreu sua língua, acompanhada de um gosto metálico de sangue.

Gustavo soltou Lúcia de repente, olhando para ela, incrédulo.

— Lúcia, você me mordeu?