Não sei quanto tempo passou, mas ele ouviu sons de estalidos vindos de fora, como se algo tivesse caído ao chão.
Seu olhar se alterou, e ele caminhou até a porta para abri-la.
Luiza estava com a mão ensanguentada, ergueu os olhos para ele, enquanto o homem, vestido com um traje casual de casa e de estatura esguia, não mostrava sinais de ter acabado de acordar.
Ela hesitou:
- Você não estava dormindo?
Miguel, com uma expressão fria, desviou o olhar do rosto dela para a mão dela.
Os dedos delicados de Luiza estavam cortados pelos cacos de um prato.
Ele, franzindo a testa, pegou ela nos braços e a levou para o quarto.
- Como você pode ser tão descuidada? - Ele disse enquanto pegava o kit de primeiros socorros e começava a cuidar dela com delicadeza.
Luiza fixava o olhar no rosto bonito dele e, enquanto o observava, seus olhos se encheram de lágrimas.
- Miguel, por que você está me ignorando?
- Como assim, te ignorando? - Ele perguntou, mas seus movimentos ao enfaixar a mão dela desaceler