Luiza estava servindo a sopa e, ao ouvir isso, parou por um momento e disse:
— Ele não mora com a gente, é claro que na hora das refeições ele precisa voltar.
— Não dá para ele ficar e comer com a gente? — Felipinho disse, desanimado. — Eu queria comer junto com ele.
Foi Maria quem o ensinou isso; ela disse que, se ele mencionasse o pai várias vezes, no dia seguinte ele quase sempre apareceria.
E, de fato, Luiza mostrou um olhar de compaixão:
— Você quer tanto assim comer com ele?
— Hoje ele me disse que não me abandonou, que só não sabia da minha existência. Agora que ele sabe, ele disse que eu sempre serei o filho dele.
O coração de Luiza apertou sem motivo.
Antes, Felipinho quase não falava sobre o pai, e ela achava que ele não ligava muito para isso. Mas, na verdade, ele também queria muito um pai.
À noite, ao tentar dormir, Luiza se revirava na cama, sem conseguir pegar no sono. Talvez fosse por causa das palavras de Felipinho, que a fizeram sentir uma certa culp