Acordamos juntos.
Ou melhor… eu acordo e descubro que ele ainda está ali.
Deitado de lado, o peito subindo e descendo devagar, uma das mãos descansando perto da minha cintura, como se estivesse me protegendo mesmo dormindo. O quarto está banhado por uma luz suave, o som dos pássaros da manhã vindo da janela entreaberta.
Fico um tempo só olhando. Observando as linhas do rosto dele, a barba por fazer, os cílios longos demais para alguém que não sabe o poder que tem. Por um segundo, esqueço de tudo: do passado, da dor, do medo. Só existe o agora. E ele, respirando ao meu lado.
Me mexo um pouco, e ele desperta.
— Hmm… — murmura, ainda com a voz rouca de sono. — Já é dia?
— Já. — sorrio de leve. — Mas não precisa correr. Ninguém vai nos tirar daqui agora.
Ele se aproxima, me puxa devagar pela cintura e encosta os lábios na minha clavícula, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Como se sempre tivéssemos acordado assim. Beijos leves, mornos, seguidos de um suspiro gostoso contra minha