POV LIANNA
A casa estava finalmente quieta.
O jardim lá fora ainda tinha cheiro de doce, bolo e confete molhado, enquanto os funcionários terminavam de recolher cadeiras, desmontar as mesas e apagar as luzes espalhadas pelos arbustos.
Aquele brilho colorido indo embora parecia uma despedida gentil do caos do dia.
Aqui dentro, na sala, só restamos nós quatro: Eu. Adrian. Selina e Selin.
E uma montanha absurda de presentes espalhados pelo tapete persa, que provavelmente custava o preço de um carro, mas estava agora completamente dominado por papel rasgado, fitas coloridas e caixas de brinquedo.
Selina gargalhava enquanto tentava abrir uma caixa com glitter. Selin analisava cada manual como um pequeno adulto subcontratado pela NASA. Adrian estava sentado no chão, de meia, sem o menor traço da postura séria do hospital.
Ele parecia… um pai.
E essa percepção bateu no meu peito como um golpe lento, quente, inevitável.
— Mãe! — Selina me chamou, mostrando uma caixa enorme. — Olhaaa! Uma cas