POV ADRIAN
Selin e Selina correram até o carro como dois passarinhos apressados, e eu segui com as mochilas nas mãos.
Sim. As mochilas. Porque essas crianças tinham uma capacidade singular de esquecer metade dos materiais escolares na mesa da cozinha.
— Tio Adrian, a gente vai no seu carro hoje? — Selina perguntou, os olhos brilhando.
— Só se vocês me prometerem que não vão derrubar migalha de biscoito nos bancos — respondi, abrindo a porta traseira.
— A gente promete! — disseram os dois em coro.
Mentira. Prometeram com a cara mais mentirosa do planeta, mas eu entrei no papel de adulto cego voluntário e deixei por isso mesmo.
Apertei o botão do banco, e as cadeirinhas ergueram-se automaticamente, uma tecnologia que eu tinha instalado por desencargo de consciência. Nunca imaginei que realmente fosse usar. Mas ver os dois pularem animados nelas… bem… valeu cada centavo.
Eu revisei os cintos, como Lianna faria. Duas vezes, porque eu sabia que ela revisaria duas. E só então entrei no car