— Eu só queria te ajudar a ajeitar a gravata. — Respondeu Viviane, tentando parecer inocente.
— Estou de camisa preta hoje. — Disse Rafael, seco.
Viviane hesitou por um segundo, sem entender:
— Eu sei...
Rafael suspirou. Melhor deixar pra lá. Ele soltou o pulso dela e ajeitou a gravata por conta própria. Não adiantava. Melhor não tentar. Ela nunca iria entender como camisa preta combinava com gravata de cores variadas
— Se não sabe fazer, é melhor não fazer. — Disse Rafael, já se afastando sem se importar com a reação de Viviane.
À noite, Rafael terminou o trabalho e saiu da empresa. Entrou no carro, acendeu outro cigarro, mas demorou a ligar o motor. Só depois de fumar o cigarro inteiro é que ele finalmente deu partida no carro e dirigiu para longe. Em vez de voltar para casa, foi até a beira do rio, onde deu algumas voltas, tentando clarear a mente. No meio do caminho, Fernanda ligou. Ele ignorou a chamada.
Dirigindo sem rumo, Rafael acabou, mais uma vez, parando em uma rua familiar.