Após terminar o treino com Vitorio vim para meu quarto tomar um banho e começar a me arrumar. Hoje tenho mais um jantar com Lorenzo.
Sabendo que será a mesma porcaria de sempre, não vou nem caprichar.
Coloco um vestido vermelho simples, saltos pretos, cabelos escovados, gloss, delineador e rímel.
Desço para a sala de estar, que está vazia.
Ele está atrasado, que novidade. Após que não é por conta do trabalho.
Vou até o mini bar localizado no canto e encho um copo de whisky, só estando bêbada para aguentar esse homem idiota.
O tempo passa e ele não aparece, devo estar no meu terceiro copo quando o vejo se aproximando. Não dá pra negar que o miserável é uma delícia. Se controla Anna, deve ser o álcool falando.
- Já enchendo a cara?
- Tenho que aturar você - ergo o copo - único jeito.
LORENZO
Tem algo nessa garota que me irrita, e eu nem sei dizer o que é.
Depois dessa resposta malcriada dela, me sento
- Peço perdão pelo atraso – estou uma hora atrasado, e nem vou dizer que é por conta do trabalho, ela é esperta demais para isso.
- Por favor não se desculpe, quanto menos tempo ao seu lado melhor – diz sorrindo e se virando para mim. Dios mio, se alguém cogitar se casar com essa ragazza, pode se dar um tiro bem no meio da testa.
- Fiquei sabendo que treinou com meus soldados hoje.
Pego um copo e encho para mim, ouve de um dos seguranças que além de gostosa, essa garota sabe como socar.
- Sim, eu treino desde os 13.
- Não sabia que seu pai a havia treinado. Que eu saiba, garotas da máfia não recebem treinamento tático.
- Não foi ele, aprendi sozinha. Posso ser bastante dedicada quando quero – ela sorri novamente.
- Nem tanto – ela me encara – sua dedicação para manter as penas fechadas não foram muito boas.
Sinto a bebida atingir meu rosto, e o limpo com a mão livre.
- VAI SE FUDER SEU BABACA! Não gosta de mim, já disse, me manda embora. Agora não vem ficar pisando em mim!
- Eu só falei a verdade.
- Sim, eu não sou virgem. Transei com 2 homens a minha vida toda e beijei 3. O primeiro cara que beijei eu tinha 15 anos, e isso me custou algumas costelas quebradas.
- Ok, não posso negar que esse negócio das costelas soou estranho e agressivo.
- E você? Quantas pessoas beijou ou transou? - permaneço quieto – pois é, não faz ideia ne? Então você não tem moral pra ficar falando. Eu tenho certeza que você estava comento alguém enquanto eu estava aqui esperando.
Ela se levanta e procura pela bolsa enquanto fala.
- Sério, por que uma seleção? Por que você não fez um contrato com qualquer outra máfia e acabou com essa merda logo?
- Um contrato não seria viável – digo entre dentes
- POR QUE? - ela quase grita
- Por que a garota que meu pai queria era você. Só haveria um contrato se fosse com você.
- Você está mentindo!
- Não estou, por sorte minha mãe interferiu.
- QUE?
- Se tivéssemos feito a porra de um contrato – caminho em direção a ela, ficando perto – você seria minha esposa nesse exato momento – estou muito perto agora, perigosamente perto – garanto que a coisa mais útil que você já fez até este momento, na sua vida, foi não assinar a porra desse contrato. - Posso ver o nervosismo por traz do seu sorriso forçado, vejo quando ela engole seco.
Gostei dessa reação, talvez a repulsa dela, não seja tanta repulsa assim.
- Por que você está nervosa, tesoro? - ela me encara e se aproxima mais.
Para minha total e completa surpresa, ajeita o nó da minha gravata, desce a mão por meu colarinho até meu peito, onde apoia a palma e diz:
-Boa noite, Sr. Marino.
Só tenho tempo de vê-la subindo pelas escadas – fui um fodido bunda mole e a deixei ir.