“Por que não começam por ela?”, disse Haylee com aquela voz doce e falsa que todo mundo já conhecia. O dedo dela apontava direto pra Scarlett como se fosse uma flecha. Por um segundo o salão inteiro parou. Até a música de fundo pareceu sumir. Silêncio absoluto. Todos os olhares viraram pra Scarlett, alguns curiosos, outros já acusadores.
“Ela tá mesmo com cara de culpada”, completou Haylee, abrindo um sorriso afiado, daqueles que cortam.
Eu sentia o estômago revirar. Sabia que Haylee estava adorando cada segundo. Ela vivia pra isso: jogar a bomba e assistir os outros explodirem.
Scarlett, porém, nem se abalou. Revirou os olhos com uma calma que me deixou de boca aberta.
“Não tenho problema nenhum se começarem por mim. Eu sei que tô limpa”, respondeu ela, voz firme, quase desafiadora.
Aquela segurança me fez admirar ela ainda mais… e me sentir ainda mais suja por dentro. Como ela conseguia ficar tão tranquila com todo mundo olhando torto? Como não sentia que estava a um passo do precip