39. Um Passado que Ainda Dói
Amelie parou, buscando minha reação, mas eu permaneci imóvel, digerindo cada palavra. “Você era minha melhor amiga, Scarlett. Eu estraguei tudo, eu sei. Mas não consigo mais carregar isso sozinha. Queria que as coisas fossem diferentes. Que… nós fôssemos diferentes.” Sua voz tremia no final, e eu podia ver que ela estava à beira das lágrimas. Por um momento, vi a Amelie que conhecia — ou que achava que conhecia — por trás da máscara. Mesmo assim, a dor e a desconfiança pesavam mais.
“E agora? O que você espera que eu diga?” perguntei, a voz mais fria do que eu pretendia.
Ela engoliu em seco, desviando o olhar. “Não sei. Talvez nada. Só precisava te dizer isso.”
O ar ficou pesado. Havia tanto que eu queria dizer, tanto que queria gritar. Por que ela demorou tanto? Por que me abandonou quando mais precisei? Mas, ao mesmo tempo, havia algo em sua vulnerabilidade que me desarmava, mesmo que eu não quisesse. Eu não sabia o que responder. Suas palavras pairavam no ar, carregadas de peso. Ha