O céu londrino estava encoberto naquela manhã, uma camada cinzenta que parecia se estender sem fim, como um lençol pesado que se recusava a abrir espaço para o sol. A cidade vibrava em movimento lá fora, buzinas ocasionais, passos apressados na calçada molhada pela garoa da noite anterior. Mas dentro do carro preto que seguia pelas ruas até a clínica particular, o mundo era outro — suspenso entre nervosismo e expectativa.
Lily mantinha as mãos apoiadas sobre o colo, apertando os dedos um contra o outro. O casaco bege cobria-lhe os ombros, mas não impedia o frio leve que subia de dentro dela — não do clima, mas da ansiedade. Seus olhos iam da janela para o relógio no painel do carro e depois para Sean, que dirigia em silêncio, concentrado na pista, mas de vez em quando desviava o olhar para ela.
"Você está gelada" ele comentou baixinho, estendendo a mão para cobrir as dela.
"É só nervoso" ela admitiu, com um sorriso tímido. "Não sei por que estou tão assim."
Sean apertou-lhe os dedos s