O coração de Julie ainda batia fora de compasso quando puxou o celular da bolsa. As mãos tremiam tanto que quase deixou o aparelho cair no chão.
Ela estava com medo, não sabia como lidar com o susto, e ir para casa sozinha estava fora de cogitação. Então ligou para a única pessoa que vinha em mente.
"Franz…" a voz saiu trêmula, sufocada pelo terror. "Amor, você precisa vir agora. Covent Garden, estamos perto da praça, de frente pra loja de bolsas que eu gosto. É urgente, muito urgente."
Do outro lado da linha, houve apenas silêncio por meio segundo, antes da resposta firme e imediata:
"Estou a caminho, não saia daí."
Julie desligou, tentando controlar a respiração. O marido sabia que ela não era de o chamar assim, não costumava ouvir sua voz trêmula, então deixaria tudo que fazia para ir até ela, mesmo que fosse a preparação do jantar no restaurante.
Ao lado dela, Lily estava sentada na beira da calçada, a pele pálida e fria, o olhar perdido na direção por onde o carro havia sumido.