O dia amanheceu frio e úmido em Londres, como se o próprio céu tivesse decidido chorar antes do que estava prestes a acontecer. A fachada do tribunal se erguia severa, colunas cinzentas guardando a entrada como sentinelas de pedra. Para Lily, cada passo até aquelas portas pesadas parecia ecoar o passado recente — o envenenamento, os paparazzi, os olhares julgadores, a tentativa de atropelamento em Covent Garden. Tudo a trazia de volta àquele instante, à mulher que, por ódio e ganância, quase tirara dela o futuro.
Sean caminhava ao lado dela, firme, a mão entrelaçada à sua. Lily, agora grávida de quase sete meses, trazia a barriga já bem arredondada sob o vestido sóbrio azul-marinho que escolhera com cuidado. Queria parecer forte, mas não podia evitar a sensação de vulnerabilidade. Por mais que tivesse Sean ao lado, o simples fato de rever Sofia — agora não mais a modelo exuberante, mas a ré sentada diante da justiça — era algo que lhe causava um aperto no peito.
Julie estava ali també