Mas Emma estava ali. Em pé, na soleira da porta, segurando duas xícaras fumegantes. Os olhos me observavam com aquela doçura que me desarmava, como se enxergassem bem além do que eu queria mostrar. Desde quando ela estava ali? Quando desceu? Como preparou aquele chá sem que eu notasse?
Percebi, então, o quanto estava mergulhada em mim mesma. Abraçava os joelhos contra o peito com tanta força que minhas unhas se cravavam nas pernas. O velho relógio marcava o tempo com estalos que soavam como pequenas condenações, me lembrando que o amanhecer se aproximava... e com ele, a inevitável necessidade de encarar Gadreel mais uma vez.
— Perdi o sono — murmurei, tentando forçar um sorriso, mas minha boca mal se curvou.
— Você tem perdido o sono desde o dia em que chegou — res