Gabrielle Goldman
Porque enquanto ele me permitia ver sua essência, eu ainda me escondia atrás de uma fortaleza. Ele estava abrindo portas, derrubando muros, acendendo luzes e eu sequer tinha destrancado minha própria entrada. Eu ainda pesava tudo. Calculava cada palavra. Dizia o que era seguro, mostrava só o que não me comprometeria.
E mesmo assim… ele me aceitava ali, no meio do mundo dele.
E se eu ficasse mais um pouco? E se eu quisesse mais disso? E se, por um descuido, eu também me despisse, e ele visse a verdade sombria que havia em mim, será que ele ainda me olharia assim? A resposta me fugia, mas o medo de descobri-la era real. Não por ele, mas por mim.
Porque se eu me entregasse… talvez nunca mais conseguisse voltar.
— L'heure du déjeuner! — a